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quinta-feira, 5 de julho de 2012

Uma simples velha máquina de lavar!


Estou farta, não aguento todas estas voltas, toda esta pressão que me é incumbida, simplesmente não aguento. Não tenho marca e mesmo que tivesse seria das mais rascas e baratas, por quê? Se faço tudo ou até mais que as outras máquinas que passam o dia sentadas sem absolutamente fazer porcaria nenhuma. Eu chego a funcionar até três vezes por dia, e à noite ainda trabalho horas extras sempre que alguém decide fazer de mim uma cama sem almofadas...

Não aguento mais ficar parada e ficar girando, girando todos os dias, deixa-me indisposta. E babar água durante todo o dia? Já para não falar que me fazem comer aquilo que eles chamam de (sabão em pó) que aposto que nunca provaram, porque senão não me dariam tal alimento! E aquela comida cheia de botões que metem dentro de mim e com cheiros que ninguém consegue aguentar? Eu juro que tento comer aquilo, porque uma máquina de lavar rasca como eu também tem fome. Mas tem um sabor intragável e acabo só por lamber tudo e obrigo-os a retirar aquilo dentro de mim. Vejo isso como a minha forma de vingança.

Mas ao cair da noite ainda é pior, tenho o cu da minha mestra em cima de mim. Não sei que raio eles fazem e porque não optam pela satisfação e comodidade de uma cama nova como a que têm no quarto. Preferem esta máquina velha.  Em mim a única coisa que encaixam é aquele líquido idiota e toda aquela comida dura.


Enfim, o mundo em que vivo é impossível e insuportável. Já tentei várias vezes matar-me e destruir-me por completo enchendo-me de água, mas nada resulta, porque sempre que eu faço isso, eles levam-me a um homem que mexe na minha boca e teima em mexer nas minhas partes privadas o que me enerva ao extremo. Não tenho mãos como os estúpidos humanos, não posso simplesmente bater-lhe. Enfim, esta é a minha vida, uma simples velha máquina de lavar.

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