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sexta-feira, 21 de setembro de 2012

O Encontro!


Fui. Imaginava que era roubada, mas fui. Afinal, o que eu tinha a perder além de mais uma noite improdutiva? E se desse certo, se fosse diferente das outras noites? Não havia um bom motivo que me fizesse recusar o convite.

No primeiro momento tudo correu dentro da expectativa. Nada de extraordinário, nem bom, nem ruim.
Tudo normal. Sentamos à mesa de um bar, conversamos sobre o que havíamos feito naquele dia, preferências musicais, filmo gráficas e artísticas em geral – muitas das quais em comum –, nossos pais, infância, objetivos na vida e sobre o fim de semana que nos conhecemos.

Naquele dia em que nenhum de nós estava dado às interações sociais, encontramos no fumódromo o esconderijo perfeito para “uma conversa social”. Ironicamente, foram nessas condições que um puxou papo com outro. Eu de coração partido, ele de saco cheio.

Trocamos algumas palavras, fizemos piadas sobre os malucos que ali passavam, cantarolamos trechos de nossas músicas favoritas e por fim apagamos os cigarros. Antes, porém, de voltar à pista de dança onde minhas amigas se encontravam, ele pergunta meu nome e se poderia anotar meu telefone. Não houve recusa, e junto com o número, trocamos também contatos em redes sociais. Foi assim que tudo começou.

Aos poucos, fui me dando conta de que aquele ser on-line não se parecia com aquele outro da área de fumantes. Fossem talvez pelas doses de vodca ou pela atmosfera da noite, não havia notado algumas peculiaridades do moço. Algumas não tão agradáveis, mas não suficientes para esquivar do encontro proposto pouco depois. E como já dito, lá fomos nós. Dois desiludidos, eu com o amor, ele talvez com o mundo.

E então, chegou aquele momento do encontro em que o assunto acabou e o único ato previsto para revogar o clima frio que se instalou em nossa mesa era a chegada iminente de um beijo. E nesse instante, recapitulei tudo que ele havia dito neste dia, coisas que até então desconhecia sobre o ser. O término de longo relacionamento, os vícios excessivos com álcool, drogas e festas, o mundo irreal e inconsequente que ele por vezes se submetia, a relação complicada com os pais, o desemprego momentâneo. Nem tudo era ruim, afinal, ninguém é totalmente bom ou mau, mas foram tais características que minha mente se dedicou a trabalhar.

O beijo não aconteceu. Nem os possíveis contatos após o derradeiro encontro. Não sei quais foram as impressões dele sobre mim, acredito também não ter agradado. Não houve briga, raiva ou asco. O desapontamento pareceu mútuo. Às vezes as coisas são realmente da forma como imaginávamos. A noite se encerrou ali, com um até breve que sabíamos que não existiria.

7 comentários:

  1. aaaaa, cabou-se, tbm to precisnao conitnuar o meu ><

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  2. Adorei o teu texto.
    Estou iniciando um blog, se puder, dá uma passadinha lá > http://tentandosermetade.blogspot.com.br/

    Valeu.

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    1. Dei uma passadinha no seu blog, achei bem legal!!!

      Estou te seguindo!

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