Fui. Imaginava que era roubada, mas
fui. Afinal, o que eu tinha a perder além de mais uma noite improdutiva? E se
desse certo, se fosse diferente das outras noites? Não havia um bom motivo que
me fizesse recusar o convite.
No primeiro momento tudo correu dentro
da expectativa. Nada de extraordinário, nem bom, nem ruim.
Tudo normal. Sentamos à mesa de um
bar, conversamos sobre o que havíamos feito naquele dia, preferências musicais,
filmo gráficas e artísticas em geral – muitas das quais em comum –, nossos
pais, infância, objetivos na vida e sobre o fim de semana que nos conhecemos.
Naquele dia em que nenhum de nós estava
dado às interações sociais, encontramos no fumódromo o esconderijo perfeito
para “uma conversa social”. Ironicamente, foram nessas condições que um puxou
papo com outro. Eu de coração partido, ele de saco cheio.
Trocamos algumas palavras, fizemos
piadas sobre os malucos que ali passavam, cantarolamos trechos de nossas
músicas favoritas e por fim apagamos os cigarros. Antes, porém, de voltar à
pista de dança onde minhas amigas se encontravam, ele pergunta meu nome e se
poderia anotar meu telefone. Não houve recusa, e junto com o número, trocamos
também contatos em redes sociais. Foi assim que tudo começou.
Aos poucos, fui me dando conta de que
aquele ser on-line não se parecia com aquele outro da área de fumantes. Fossem
talvez pelas doses de vodca ou pela atmosfera da noite, não havia notado
algumas peculiaridades do moço. Algumas não tão agradáveis, mas não suficientes
para esquivar do encontro proposto pouco depois. E como já dito, lá fomos nós.
Dois desiludidos, eu com o amor, ele talvez com o mundo.
E então, chegou aquele momento do
encontro em que o assunto acabou e o único ato previsto para revogar o clima
frio que se instalou em nossa mesa era a chegada iminente de um beijo. E nesse
instante, recapitulei tudo que ele havia dito neste dia, coisas que até então
desconhecia sobre o ser. O término de longo relacionamento, os vícios
excessivos com álcool, drogas e festas, o mundo irreal e inconsequente que ele
por vezes se submetia, a relação complicada com os pais, o desemprego
momentâneo. Nem tudo era ruim, afinal, ninguém é totalmente bom ou mau, mas
foram tais características que minha mente se dedicou a trabalhar.
O beijo não aconteceu. Nem os
possíveis contatos após o derradeiro encontro. Não sei quais foram as
impressões dele sobre mim, acredito também não ter agradado. Não houve briga,
raiva ou asco. O desapontamento pareceu mútuo. Às vezes as coisas são realmente
da forma como imaginávamos. A noite se encerrou ali, com um até breve que
sabíamos que não existiria.
Vai ter continuação desse? .. hihi
ResponderExcluirHum hum ... Acabou por aqui!
Excluirgostei... tem conotinuação? (2)
ResponderExcluiraaaaa, cabou-se, tbm to precisnao conitnuar o meu ><
ResponderExcluirEsse encontro fui único amor...
ExcluirAdorei o teu texto.
ResponderExcluirEstou iniciando um blog, se puder, dá uma passadinha lá > http://tentandosermetade.blogspot.com.br/
Valeu.
Dei uma passadinha no seu blog, achei bem legal!!!
ExcluirEstou te seguindo!