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segunda-feira, 27 de agosto de 2012

Ralação indecente. . .


Capítulo 2

Como já esperava, não foi muito o tempo que aguentei sozinha. Decidi enviar uma mensagem Jessy, decidi que já podia voltar e que estava melhor na sua companhia. Esperei por mais de uma hora, tempo que consegui contar e em que o sono não me tinha vencido. Acordei com o tocar da campainha do andar superior, era a Jessy que me esperava. Abri a porta e subimos novamente para sótão. Precisava esquecer e investir todo o meu orçamento mental na diversão. Pensei então em fazer um grande cagarro “libertador”, nome que decidi lhe dar pelo facto de me libertar e me conduzir a fazer coisas que nunca tive coragem de fazer. Sempre gostei disso, razão pela qual gostava de fumar.

Demorei mais que o habitual, as minhas mãos tremiam como nunca antes e o meu coração parecia querer sair do meu interior. Ambas fumamos daquele cigarrinho “libertador”, que confesso me pareceu um exagerado de dose, razão pela qual me sentia tonta e um tanto desorientada. Permanecemos ambas deitadas no sofá preto, proferindo piadas, das quais riamos sem qualquer razão. Entretanto num ato ingénuo Jessy começa a tocar de leve o meu corpo. Recuei e perguntei surpreendida.
- O que você está pensando em fazer?
- Estava curiosa e estava tentando dar-te um pouco de afeto, está visto que neste momento careces dele – disse ela com ar provocador.

Não respondi. Desconhecia se aquilo era a sua vontade própria ou um mero efeito do cigarro “libertador”. Mas naquele momento não liguei e deixei-a conduzir-me até aquele novo mundo que ela queria presenciar. Ela tocava-me como nunca ninguém o tinha feito antes. Parecia conhecer cada pedaço do meu corpo, todas as suas pequenas curvas e oscilações. A impressão que eu tinha, era que ela já sabia a melhor forma de me tocar. Pensei em parar, mas o pensamento não conseguiu vencer a vontade do corpo e então continuei. Ela despiu-me e ficamos ambas nuas, nos tocávamos e descobrimos um mundo novo, completo e recheado de novos sabores.

Jessy ficou para jantar. Como a minha mãe ainda não estava em casa decidimos comer uma simples pizza acompanhada de mais uma cerveja. Decidi também que a Jessy ficaria a dormir em minha casa, visto que no dia seguinte apenas tínhamos aulas de tarde. Subimos até ao meu quarto que se encontrava no andar de cima, ao lado do quarto da minha mãe, que como habitualmente ainda não se encontrava presente. Não posso afirmar que me fazia feliz o estilo de vida que a minha mãe havia adotado, mas o tempo levou a que me habitua-se e não podia recriminar quem sempre me deu tudo e garantiu que todas as minhas despesas fossem pagas.

Ficamos ambas no quarto e assistindo vídeos assustadores de relatos paranormais, uma das nossas atividades preferidas. Nenhuma de nós tinha ousado tocar no assunto que nos envolvia a ambas nuas no sofá. Embora não falasse, gostava de saber e responder à pergunta que me atormentava “Teria sido tão bom para ela como foi para mim?”. Decidi falar e quebrar todo aquele silêncio que nos envolvia, mas o barulho da porta de entrada antecipou-se e fez desaparecer a minha tentativa. Sabia que era a minha mãe e pelos passos percebi que vinha acompanhada, tinha chegado a hora em que eu devia deitar e fingir de morta. Segundo ela qualquer barulho poderia afastar o cliente e isso para ela era igual a não receber qualquer centavo. Não era frequente a minha mãe trazer alguém para a nossa casa e nunca tinha acontecido tendo eu como companhia, embora nunca me tenha envergonhado disso. Para acrescentar a Jessy também sabia da sua “profissão”.

Deitamo-nos ambas ouvindo respirações ofegantes e gemidos vindos do quarto ao lado. Os gemidos e aquela sensação de prazer de certa forma veio aumentar ainda mais o nosso constrangimento, mas pouco tempo foi necessário para que ambas tivéssemos adormecido. Quando acordámos a minha mãe já tinha saído, como não tínhamos aulas nessa manhã não havia nenhuma pressa. Mudamos de roupa juntas, e sinto que cada uma olhou o corpo da outra de forma diferente, conseguia de certa forma senti-lo. Acabamos de se vestir e senti ser o momento certo para retomar o assunto que ontem ficou suspenso.
 - Jessy, acho que precisamos conversar.
Jessy não falou uma palavra, fingiu ignorar-me e logo de saída de uma forma surpreendente beijou-me. Fiquei sem reação, mas retribuí da mesma forma. Nunca tinha tido uma certeza tão forte como aquela que me aproximava de ti.

Sempre fui diferente em tanta coisa, mas nunca me recriminei por isso, porque havia de ser recriminada pelos outros? Se tudo o que faço nada mais é do que lutar pela minha felicidade? Quando o meu pai era vivo, dizia sempre: “Busca a tua felicidade acima de tudo” e naquele momento enquanto a beijava era isso que fazia. Acabados os carinhos, comemos uma coisa rápida no almoço e seguimos juntas para a escola. Novamente encontrava aquele professor desastrado que um dia “decidiu” aparecer na minha vida. A aula passou relativamente rápido, mas o professor pediu que aguardássemos pelo final da aula para poder falar conosco em particular...

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