Páginas poderosas

domingo, 16 de junho de 2013

.A.M.O.R.

Ainda era menina e já me ensinavam de amor. Uma das primeiras coisas que nos ensinam para falar. E repetimos, quando palavras ainda não fazem sentido.

Era sonhadora quando se sentavam à beira da minha cama para contar sobre a princesa na torre do castelo, o príncipe no cavalo branco e o poder do beijo de amor verdadeiro. Tudo parecia cheiro de rosas o toque de cetim. O mundo parecia ser de sorrisos, porque era certo que tudo estaria bem. E o final estava logo atrás do arco-íris.

Mas mentiras. Mentiras em quase todas as vezes que me falavam de amor. Queriam pele nua, defesas baixas, alegria momentânea. Vai passar – eu penso – deve se apenas o feitiço da bruxa. Mas a magia parece eterna. E nada mais parece ser bonito. O mundo é todo branco e preto. E cinza, o meu coração partido.

Eu não notei os teus pés na areia e não ouvi sinas quando os teus lábios tocaram os meus. Eu não pensei que seríamos felizes para sempre e não desejei que você me amasse, nem para a fada madrinha, nem para a estrela cadente.

Eu não pensei em poesia quando vi o teu corpo nu, ou quando minha língua veio descrevê-lo aos meus poros. Não me hipnotizei nos teus gemidos; não morri em tuas mãos. Não houve um primeiro segundo de certezas. Nada foi mágico.

Ouvi teu coração acelerado.

Nunca ma falaram sobre isso, nas histórias de amor e nos  contos de fada; eles não sabem que o que é bonito se constrói?

O mundo é lindo, sem castelos, princesa ou bruxa; Sem choro, maldição ou final feliz


(Esse meu mundo de nós duas e nada além) 

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