Ainda era menina e já me
ensinavam de amor. Uma das primeiras coisas que nos ensinam para falar. E
repetimos, quando palavras ainda não fazem sentido.
Era sonhadora quando se sentavam
à beira da minha cama para contar sobre a princesa na torre do castelo, o
príncipe no cavalo branco e o poder do beijo de amor verdadeiro. Tudo parecia
cheiro de rosas o toque de cetim. O mundo parecia ser de sorrisos, porque era
certo que tudo estaria bem. E o final estava logo atrás do arco-íris.
Mas mentiras. Mentiras em quase
todas as vezes que me falavam de amor. Queriam pele nua, defesas baixas,
alegria momentânea. Vai passar – eu penso – deve se apenas o feitiço da bruxa.
Mas a magia parece eterna. E nada mais parece ser bonito. O mundo é todo branco
e preto. E cinza, o meu coração partido.
Eu não notei os teus pés na areia
e não ouvi sinas quando os teus lábios tocaram os meus. Eu não pensei que
seríamos felizes para sempre e não desejei que você me amasse, nem para a fada
madrinha, nem para a estrela cadente.
Eu não pensei em poesia quando vi
o teu corpo nu, ou quando minha língua veio descrevê-lo aos meus poros. Não me
hipnotizei nos teus gemidos; não morri em tuas mãos. Não houve um primeiro
segundo de certezas. Nada foi mágico.
Ouvi teu coração acelerado.
Nunca ma falaram sobre isso, nas
histórias de amor e nos contos de fada;
eles não sabem que o que é bonito se constrói?
O mundo é lindo, sem castelos,
princesa ou bruxa; Sem choro, maldição ou final feliz
(Esse meu mundo de nós duas e
nada além)
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