É pecado você não saber o que eu sinto á distância quando o
meu pensamento te toca. Me pego impaciente e ofegando em todas as partes do
dia. Fecho os olhos para encontrar teu sorriso safado indo de encontro ao meu
ouvido para sussurrar que eu te enlouqueço, enquanto tento disfarçar o quanto
de mim já perdi no desejo de te ter colada ai meu corpo.
Abro os olhos para me perceber lambuzada na magia erótica em
que você me aprisionou. Sinto o coração pulsando no lugar errado: muito abaixo
do peito, na casa dos teus dedos; no meu lago de pecados sentimentais.
Volto os olhos para a realidade. A prova, em branco, sobre a
mesa. Percebo suor caindo pelo meu corpo, como nas tardes, noites e manhãs em
que brigamos pelo domínio do sevo. Quem derrete primeiro? Quem deseja primeiro?
Quem desperta mais tesão na outra? Você parece ideia fixa e eu me controlo para
não misturar e urgência do meu corpo pelo teu com filosofia. Termino a prova e
acendo um cigarro. Encontro amigos. E tento abafar o impulso de me tocar e
íntimo para tentar sentir os dedos que são seus.
O dia passa, mas não a tua lembrança. Carrego-te nas veias,
esquentando o meu corpo, passeando em meu sangue. Suspiro gemidos e saudade.
Arranho meu corpo, mordo os meus lábios, esfolo a pele. Simplesmente,
enlouqueço. Chego em casa para me perder em água quente do chuveiro, nas
ilusões táteis dos teus mamilos roçando nos meus; no que, em mim, importa pelo
fim dessa saudade.
E toco o meu corpo como se ele fosse intocado. Com a
voracidade de quem precisa salvar a própria vida. Tremo como se fossem os teus
dedos a invadir o meu corpo. E desabo de cansaço.
Então, sorrio pros teus olhos, à distância, esperando que
você receba ema carta de tesão e afeto por telepatia. Descanso o corpo na cama,
abraçando o nada. Desejando o teu corpo materializado no meu; o fim da espera;
a fusão de dias e noites na lua de mel de mil séculos.
Desejando... E... Desejando.